A EFAA (European Federation of Accountants and Auditors for SMEs) escolheu Lisboa para realizar a sua II Conferência Internacional. Na segunda-feira, dia 10, a EFAA promoveu uma conferência numa unidade hoteleira da capital, apenas para os seus associados, intitulada "Running a small practice in Europe". A experiência prática destes casos no Reino Unido, Noruega e Portugal, intervenção que esteve a cargo do presidente da CTOC, Domingues de Azevedo, dominou o evento.
Enfrentar os novos desafios com uma atitude diferente As Pequenas e Médias Empresas (PME) transformam as nações e o mundo, em termos económicos e sociais, mas carecem urgentemente de apoios governamentais e de mudar a sua postura perante os novos desafios fruto de uma exigência global. O papel dos TOC é indissociável da dinâmica destas empresas que compõem a esmagadora maioria do tecido empresarial nacional. Estas foram, em síntese, as conclusões da II Conferência Internacional da EFAA (European Federation Accountants and Auditors for SMEs) que decorreu a 11 de Dezembro, na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa. Diomeda referiu que 99 por cento das empresas europeias são PME. «O mercado é vasto, mas a luta por conquistar e manter clientes é constante». Diomeda disse ainda que a «perspectiva das empresas não deve subestimar o interesse dos clientes», defendendo para tal uma convergência de ambos. O especialista italiano preconizou ainda que a profissão contabilística deve mudar de paradigma, e ousar mudar o rumo dos acontecimentos, evitando deixar-se antecipar pelos factos. Elevada carga fiscal, legislação laboral obsoleta, custos de produção, falta de competitividade, burocracia, custos contextos e dificuldades de acesso ao crédito, são as principais dificuldades com que se debatem as PME. Mas há outros entraves. «As PME não podem pagar 15 meses e receber 10 meses de produção», começou por declarar Fernando Augusto Morais. No entanto, para presidente da Associação das Pequenas e Médias Empresas, é necessário que os «empresários se actualizem e modernizem» e reduzam o seu nível de conservadorismo. Na apresentação estatística que fez, Augusto Morais informou que as 264 527 PME que existem em Portugal geram um volume de negócios de 130,8 mil milhões de euros. «Vejam no que o Estado arrecada em impostos», ironizou. O empresário enfatizou que as PME são a espinha dorsal da economia Europeia e delas depende, em muito, a vitalidade um país. Augusto Morais salientou a função dos TOC nas empresas e definiu-os como uma espécie de "médico de aldeia", relembrando a acepção de Fernando Namora. Na intervenção subordinada ao tema «Accounting simplification for SMEs», Paul Thomson defendeu que as PME estão a ficar cada vez mais globais e a revelar-se fundamentais na prosperidade mundial. O especialista da IFAC mostrou-se ainda partidário que o processo de tomada de decisão dos empresários deve ser responsável e bem sustentado. «Os contabilistas e a simplificação», foi o tema abordado por Domingues de Azevedo. O presidente da CTOC afirmou que os TOC foram pioneiros no processo de simplificação que teve o condão de trazer uma «economia declarativa, processual e uma maior responsabillização dos intervenientes no âmbito contratual». «Questionámos a sociedade e os seus comportamentos, mas a envolvência institucional e profissional foi decisiva para o êxito do processo de desmaterialização», disse. «Há 10 anos andávamos carregados de papel em direcção aos serviços de finanças. Entretanto, tudo mudou. O trabalho é feito à secretária, diante do computador. Os profissionais e o Estado são os grandes beneficiários, permitindo visualizar o sistema, em tempo real». O responsável máximo da CTOC considerou ainda que «as empresas são tanto mais vulneráveis, quanto maior for a sua desorganização», tendo alertado para a função central do TOC nas PME. «A primeira pessoa a ler as missivas provenientes das Finanças é o TOC que efectua uma série de diligências que vão muito para além da determinação dos quantitativos tributários, tarefa para a qual o empresário não está devidamente habilitado». O presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), debruçou-se sobre "A mudança de conceitos". «A administração pública deve deixar de ter a atitude de sobranceria perante o cidadão e ser entendida como mais um parceiro no desenvolvimento, esforçando-se por dialogar mais», disse António Figueiredo. O responsável do IRN acrescentou ainda ser imperioso «acabar com o princípio da desconfiança assente no pressuposto que as empresas e os cidadãos não são cumpridores, abolindo-se, de forma gradual, o excesso de controlo prévio». Constituir parcerias entre o público e aprofundar o processo Simplex em outros domínios, foram desafios deixados por António Figueiredo. Mario Azevedo dissertou sobre o modo de funcionamento das PME em Portugal, fazendo uso da sua experiência profissional de 35 anos nas empresas da difícil zona do Vale do Ave. O director/tesoureiro da CTOC criticou os governos por tratarem as PME como um «parceiros esquecidos». O capital humano mereceu especial destaque do responsável da CTOC: «As PME devem apostar de forma inequívoca na tecnologia e na qualificação profissional, acolhendo colaboradores preparados para responder às exigências diárias. A CTOC, como entidade reguladora da profissão, continuará a ser importante no papel de definição de conteúdos da formação académica dos futuros profissionais». A última oradora da jornada foi Alda Caetano Carvalho. A presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE) antecipou a nova legislação que vai entrar em vigor e que determina que as estatísticas europeias vão passar a ser realizadas pelo Eurostat, autonomamente dos INE nacionais, o que, na sua opinião, vai permitir «melhorar o sistema estatístico nacional e europeu». Alda Carvalho disse ainda que o processo de normalização contabilística vai ter efeitos na vida das empresas e, por arrastamento, na diminuição da carga estatística produzida. Para finalizar, defendeu a estatística associada ao processo mais vasto de mudança na administração publica e anunciou que o portal do INE na Internet esta mais próximo dos cidadãos, acessível de forma gratuita e sem obrigatoriedade de registo. 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