![]() «Terminaram as férias e pelos vistos também terminou a ilusão que o governo foi alimentando nos portugueses de que os sacrifícios estavam realmente a valer a pena. A expressiva derrapagem no défice foi o golpe de misericórdia numa estratégia que dificilmente, desde o início se viu, terminaria da melhor maneira. A 28 de setembro do ano passado, nesta mesma coluna do «Económico», conclui o meu artigo da seguinte forma: «(…) Acontece que mesmo com esforço e sacrifícios, poderemos não morrer da doença, mas tenho muitas dúvidas que sobreviveremos à cura». Não me dá particular orgulho recordar estas premonitórias palavras, apenas quis manifestar a minha opinião, em jeito de alerta. E o que é que eu quis dizer? O tempo simplesmente confirmou os piores presságios. Portugal vai sobreviver à terapia, mas com sequelas para muitos anos (...)» |